MINICONTOS
Branca de Neve
Jussara Neves Rezende
Pedia diariamente ao príncipe que lhe dissesse coisas bonitas e que a fizesse feliz.
Ele achava perda de tempo dizer qualquer coisa quando podia tê-la em seus braços.
Achava, por sua vez, que ela dizia tanto que o amava, mas ficava sempre muito fria
quando ele a tocava. Um dia ela encontrou um anão que não tinha os belos olhos do
príncipe, mas sabia dizer versos, apreciar cada curva do seu corpo e repetir, vezes
sem conta, que ela era linda e que ele a queria. Não teve dúvidas: fugiu com ele.
MICROCONTOS
Carlos Seabra
Microcontos cruéis
AJUDA
Ajuda ele emprestava a juros. Amor só dava a prazo. Rancor era à vista. A gratidão só
recebeu fiado.
BARALHO
As senhoras jogavam baralho com tanto entusiasmo que não perceberam quando o
marido de uma delas se jogou pela janela do apartamento.
CARRASCO
Casa de ferreiro, espeto de pau – desculpava-se o carrasco perante sua mulher ao se
recusar a esmagar aquela barata na cozinha.
Microcontos políticos
AMNÉSIA
Ele foi para o governo e foi atacado por um tipo de amnésia que o fez esquecer de
todos os amigos e compromissos antigos.
CLANDESTINIDADE
Que saudades da clandestinidade! – pensava o velho militante ao ver seus
companheiros no poder.
CORRUPÇÃO
Ele era inocente, mas só quando subornou o juiz é que foi absolvido no processo por
corrupção.
DEMOCRACIA
Era uma democracia? O noticiário da TV mostrava tudo – mas só o que o dono da
emissora queria.
Acessíveis em: https://cseabra.wordpress.com/microcontos/
Microcontos políticos
AMNÉSIA
Ele foi para o governo e foi atacado por um tipo de amnésia que o fez esquecer de
todos os amigos e compromissos antigos.
CLANDESTINIDADE
Que saudades da clandestinidade! – pensava o velho militante ao ver seus
companheiros no poder.
CORRUPÇÃO
Ele era inocente, mas só quando subornou o juiz é que foi absolvido no processo por
corrupção.
DEMOCRACIA
Era uma democracia? O noticiário da TV mostrava tudo – mas só o que o dono da
emissora queria.
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